31 março 2009

Revolução dos Loucos

“Uma suave revolução acontecerá pela humilde organização dos cristãos loucos que estão dispostos a subverter a ordem estabelecida ao reorganizar sua vida em torno da mente de Cristo.

Sua questão é a transparência por meio da veracidade, e seu estilo de vida será moldado pleo Evangelho de Jesus Cristo.


Os loucos por Cristo são violentos, como o Evangelho ordena que sejam (Mt 11.12), mas a violência se aplica a eles próprios(Gl 5.24). Sua bondade é o belo fruto da reverência a Deus, da compaixão pelo mundo e pelo respeito a si mesmos. Suas prioridade são pessoais, determinadas não pela religião popular do momento, por políticas de poder ou pela cultura de consumo, mas pelo Sermão do Monte e pelo mistério Pascal.


Para o louco, Jesus Cristo não é um sábio ou um admirável reformador; é o segundo Adão, autor de uma nova criação. “Estou fazendo novas todas as coisas!”(Ap 21.5). Jesus redirecionou a realidade e deu-lhe a orientação revolucionária. Jesus não arrumou o mundo, ele o levou a uma freada barulhenta. O que ele refez a partir de materiais humanos da velha ordem não foram pessoas mais agradáveis, com moralidades melhores, mas coisas novas.


As categorias de tais revolucionários, transcendem todas as distinções classistas. Homem versus mulher, clérigo versus leigo, progressista versus conservador, carismático versus tradicional, moderno versus pós-moderno – todos estão dissolvidos no amor unificador do Espírito (Gl 3.28). As únicas exigências para ser membro é a consciência empírica de Jesus como Senhor Redentor e de Deus como Aba, a rendição incondicional ao domínio do Espírito Santo e o comprometimento constante com a missão de construir um novo céu e uma nova terra.


O sentido da missão entre os loucos causará destruição na vizinhança. Medos serão despertados e rumores circularão de que tais pessoas estão ficando estranhas. Os amigos os aconselharão a se restabelcer e a fazer algo construtivo com suas vidas (como procurar segurança, prazer e poder). Os vizinhos cochicharão que são fanáticos religiosos. Os familiares darão demonstrações ostensivas de suas realizações duvidosas. Estratagemas serão planejados para levá-los a ver e sentir como são de fato: loucos. Catheryne de Hueck Doherty diz: “É como se o mundo precisasse de loucos – loucos por Cristo! Loucos pelo amor de Deus! Pois são tais loucos que mudam a face da terra”.


Conforme será de esperar (João 15.18) estes loucos serão ofendidos. O cristianismo hoje é basicamente inofensivo, um tipo de religião que jamais transformará coisa alguma. Jesus Cristo, o mestre revolucionário transgrediu a ordem religiosa e política da palestina. Os cristãos também são compelidos a transgredir e, se não o fizerem, isto é mau sinal: não estarão sendo revolucionários de fato.


Quando os loucos que buscam viver com a mente de Cristo, perguntam a si mesmos: “Por que existo?”, eles respodem: “Por causa de Jesus Cristo”. Se os anjos se perguntarem, a resposta será a mesma: “Por causa de Jesus Cristo”. Se o universo inteiro de repente pudesse falar, de norte a sul e de leste a oeste, ele clamaria em coro: “Nós existimos por causa de Cristo”.

Brennan Manning (em sua obra Convite à Loucura)

Nenhum comentário:

Postar um comentário